Professor, historiador, documentalista e activista social.

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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Está do Zimbabwe

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Os Estado de Zimbabwe

O Estado de Zimbabwe existiu, aproximadamente entre 1250 e 1450.a classe dominante fez rodear as suas habitações de amuralhas de pedra conhecidos por Madzimbabwe (singular Zimbabwe). Essas amuralhadas não traduziam apenas uma ostensiva demonstração de poder, mas também tinham a função de protegê-la militarmente.
Na capital, grande Zimbabwe concentrou-se grande parte do poder político e económico. Havia aí vários recintos circundados por pedra, na planície e na colina, igualmente grande cidade de caniço, cujos vestígios arqueológicos cobrem hoje uma importante superfície.
Além do grande Zimbabwe, são conhecidos vários centros regionais igualmente circundados por muros de pedra como Manyikeni.
Situado a 50Km da Baia de Vilanculos e a 450 do Grande Zimbabwe, Manyikeni insere-se pela sua arquitectura, materiais arqueológicos e datações absolutas. As investigações mostraram que foi continuamente habitado entre 1170-1610. A construção de amuralhado data do século XIII.
Entre os séculos XVI e XVII, Manyikeni fazia parte do território de Sedanda, o qual segundo a tradição oral fora um estado satélite do Império dos Muenemutapas. Manyikeni constituía a sede de uma dinastia e entreposto comercial, controlava a Baia de Vilanculos e assegurar um rápido escoamento de mercadorias.
Entre os produtos importados por Manyikeni contavam-se missangas de vidro colorido, porcelanas, louça vidrada e finas garrafas de vidro. De possível manufactura local foram enxadas, pregos, machados, um elegante gongo, contrapesos de roca feitos de barro para fiação do algodão e consideráveis quantidades de olaria. Todos esses produtos assemelhavam-se aos dos centros regionais e aos do próprio grande Zimbabwe. Verifica-se uma relativa concentração de bens de prestígio (gongo – instrumentos muitas vezes ligados ao poder real na África central: missangas, porcelanas, lamas e vidros) reservados a classe dominante.
O abandono ou marginalização de Manyikeni, nos séculos XVI-XVII está relacionado com a implantação da autoridade político-militar portuguesa em Sofala (1505) e na Ilha de Moçambique (1507), bem como com a fragmentação do Zimbabwe nos Estados Bútua e Muenemutapa a partir do século XV.

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historiografia grega.

Historiografia Grega

Foi na antiga Grécia onde nasceu o vocábulo História, que significa investigação. Isto deveu-se a civilização e pensamento grego a formação do espírito de historiador e a consequente construção racional da sabedoria.
Até ao século V aC, a historiografia Grega era cosmogónica e mítica. A história da humanidade estava dividida em cinco idades: Idade de Ouro, Idade de Prata, Idade de Bronze, Idade dos Heróis e Idade de Ferro.
Apesar de estar associada a mitologia religiosa, muitas das vezes politeístas (pela adoração de vários deuses) o mito grego das cinco idades mostra claramente a sua evolução tecnológica, visto que o desenvolvimento da humanidade está intimamente ligado ao uso de metais e a conquista do fogo. O mito das cinco idades constitui uma visão global da história da humanidade, marcada por um acontecimento central que é a conquista do fogo pelos homens, graças a ajuda de Prometeu.
A partir do século V aC, operam-se profundas transformações na sociedade grega, pois a escrita e o saber passam a ser de domínio público, bem como o desenvolvimento das cidades-estado (polis) onde reinava o regime democrático, principalmente em Atenas, o que permitiu que houvesse debates, a argumentação e a liberdade de pensamento. Foi esta democracia que permitiu aos gregos a se entregarem na pesquisa e especulação do mundo. Aliado a isso, existia uma grande prosperidade económica derivada do trabalho dos escravos e do domínio do mar mediterrâneo como principal rota comercial.

Heródoto e Tucídides como fundadores da História

Heródoto-Tucídides
Heródoto e Tucideles
Heródoto de Halicarnanço (484-420 aC), é considerado pai da História. Com ele a História dá os primeiros passos da cientificação, já que
– A História passa a debruçar-se sobre o passado e o presente dos homens e não dos deuses;
– Inaugura uma história genética, no sentido de se perguntar não somente o que aconteceu, mas também porque aconteceu, tentando encontrar o fio condutor da causa e efeito;
– Introduziu no discurso histórico a noção de mudança, onde resulta o conceito de evolução inerente ao todo o acontecimento histórico;
– A história preocupa-se em perceber a dicotomia passado-presente;
– Heródoto não só fala e investiga a cerca dos gregos, mas também alarga a sua pesquisa ao povo Bárbaro, atingindo outras civilizações;
– Propõe não somente reconstituir os factos, mas sobretudo descobrir a razão porque se deram;
– Com Heródoto (que não se limitou a escrever sobre as guerras Pérsicas, mas foi também ao Egipto e a Mesopotâmia, sobre cuja história escreveu), há o reconhecimento do parentesco universal do Homem e se transforme num sentimento generalizado;
– Tanto Heródoto como Tucídides fazem história a partir dos testemunhos fidedignos das fontes orais espalhadas por várias divindades;
Sem ser ainda uma ciência, a história ensaia com Heródoto os seus primeiros passos na senda da cientificação. Será a História uma Ciência do geral ou do particular? Aristóteles entendia que a História era o conhecimento do particular.
Tucídides, continuador do pensamento de Heródoto, operou avanços significativos na História ao introduzir a análise e a explicação causal dos factos históricos, pois ele afastou-se das interpretações fabulosas que subsistiam em Heródoto e procurou uma inteligibilidade assente nas provas mediante uma investigação e crítica das fontes. Começa com Tucídides a História explicativa.

Característica da historiografia Grega

– A historiografia Grega é humanista, científica e autoreveladora, uma vez que procura não apenas a projecção do presente no futuro, mas principalmente ensinar com o presente a relação com o passado dos homens, objectivando mostrar o sentido dos factos humanos;
– A historiografia grega é pragmática, pois procura obter do ocorrido uma lição proveitosa para o futuro.

Limitações da historiografia Grega

– Foi limitada no tempo: o recurso documental restrito a tradição oral e os testemunhos oculares limitou o âmbito cronológico da história grega;
– Foi limitada no espaço, uma vez que centrou o seu estudo às costas do mediterrâneo dando assim um carácter regional.
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